Texto originalmente publicado no jornal Haaretz em 11/04/2024 que relata que universidades recebem notas baixas por antissemitismoa após avaliação que a ADL (Anti-defamation league) fez sobre a situação de acolhimento a alunos judeus nas universidades americanas.
“Com exceção à universidade de Dartmouth, todas as universidades da Ivy League receberam notas baixas ou foram reprovadas na avaliação da ADL (Anti-defamation league) de 85 instituições de ensino superior dos Estados Unidos.”
Grupo de alunos participam de protesto anti-Israel na universidade de Columbia Crédito: Spencer Platt/Getty Images/AFP
A Liga Anti-Difamação publicou um “boletim de notas” na quinta-feira, classificando universidades e faculdades nos Estados Unidos com base em quão “acolhedoras aos judeus” elas são.
Apenas duas instituições de ensino superior – a Universidade Brandeis em Massachusetts e a Universidade Elon na Carolina do Norte – receberam notas A em uma escala de A a F, sendo A a nota mais alta e a nota F a mais baixa.
Brandeis, que é uma universidade particular, há muitos anos é uma das mais frequentadas por alunos judeus. Entre as razões citadas para a sua elevada nota estava a sua decisão, há vários meses, de proibir a secção universitária da organização activista Estudantes pela Justiça na Palestina.
Os motivos para a alta nota da Elon incluíam a realização de um evento logo após os ataques do Hamas em 7 de outubro, que incentivou alunos e professores a terem uma conversa respeitosa sobre o conflito no Oriente Médio.
Todas as universidades da Ivy League (um grupo composto por oito das mais prestigiadas universidades dos Estados Unidos), com a exceção da universidade de Dartmouth, receberam uma nota F ou um D. Dartmouth recebeu uma nota C.
As 13 universidades que receberam uma nota F foram Harvard, Princeton, Stanford, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Universidade de Virginia, Tufts, Swarthmore, Michigan State, Universidade de Chicago, SUNY Purchase, Long Island University – Brooklyn, Universidade de Massachusetts – Amherst e Universidade da Carolina do Norte – Chapel Hill.
Ao compilar o relatório, a ADL analisou 85 universidades com excelente classificação acadêmica, ou que atraem um grande número de estudantes judeus. Afirmou que consultou um painel de especialistas e utilizou recomendações elaboradas pela Estratégia Nacional dos EUA para Combater o Antissemitismo para elaborar uma lista de 21 critérios de avaliação. Estes critérios incluem ações e políticas administrativas, incidentes no campus e vida estudantil judaica.
Quinze universidades receberam uma nota B, incluindo Duke, Universidade de Maryland, Universidade do Texas em Austin, Florida State, Universidade de Miami, Universidade da Flórida e Universidade de Washington em St. Louis.
Trinta e uma universidades receberam uma nota C, incluindo Dartmouth, Universidade de Nova York, Vanderbilt, Penn State, Emory, Tulane, Universidade da Flórida Central, Universidade de Boston, Universidade Americana, Syracuse, Oberlin, Queens College, Universidade de Wisconsin, Carnegie-Mellon, Universidade do Sul da Califórnia e Universidade George Washington.
Vinte e quatro universidades receberam uma nota D, incluindo Brown, Columbia, Barnard, UC Berkeley, UCLA, Johns Hopkins, Caltech, Wellesley, Cornell, Rutgers, Northwestern, Rice, Ohio State, Universidade da Pensilvânia, Universidade de Illinois em Urbana-Champagne e Georgetown.
“À medida que viajo pelo país, estou constantemente ouvindo de famílias judias que estão angustiadas, pensando para qual faculdade enviar seus filhos”, disse o CEO da ADL, Jonathan Greenblatt. “As diretorias das escolas devem fazer mudanças sérias para apoiar as comunidades judaicas em seus campi; é o mínimo que esperamos.”
Para cada escola, o relatório fornece informações sobre o tamanho de seu corpo discente judeu, uma lista detalhada de incidentes em que estudantes judeus foram assediados ou intimidados, e a resposta e políticas da escola em relação ao antissemitismo.