Embaixadores e ministros de 23 países – entre eles Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Reino Unido, França, Espanha e Itália – assinaram um documento em solidariedade às comunidades judaicas e contra o antissemitismo, diante do aumento dos casos de ataques e ameaças a judeus desde o início do conflito entre Israel e Hamas, segundo noticiou o iG (Último Segundo). David Fernandez Puyana, embaixador e delegado da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência) e Katharina Von Schnurbein, coordenadora da Comissão Europeia, também endossaram o documento.
Segundo a declaração, sinagogas e outras instituições judaicas estão sendo ameaçadas e atacadas e os ataques antissemitas estão fazendo com que escolas judaicas sejam fechadas e encontros religiosos sejam realizados sob proteção armada. A decisão leva em consideração a proteção da integridade física dos judeus em diversos países. E muitos ataques estão sendo feitos através da internet, com um aumento sem precedentes na história, diz o documento.
“Em algumas cidades, os judeus estão sendo assediados e abordados nas ruas. Cartazes dos reféns cativos em Gaza são desfigurados e rasgados. A história nos ensinou que em momentos como este e não podemos ser indiferentes”, diz o texto do documento.
No domingo (5), a União Europeia manifestou solidariedade à comunidade judaica, em momentos em que crescem atos de antissemitismo em vários países.
“O pico de incidentes de antissemitismo em toda a Europa atingiu níveis extraordinários nos últimos dias, lembrando alguns dos períodos mais sombrios da história. Os judeus europeus ainda vivem com medo hoje”, diz um comunicado da Comissão Europeia. “Nestes tempos difíceis, a UE está ao lado de suas comunidades judaicas. Condenamos veementemente esses atos repugnantes. Eles vão contra tudo o que a Europa representa”, diz a nota.
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, informou que mais de mil atos antissemitas foram registrados no país desde 7 de outubro, quando Israel declarou guerra contra o grupo palestino Hamas em resposta aos ataques terroristas. Cerca de 500 pessoas foram presas na França por antissemitismo desde 07 de outubro.
Os presidentes do Parlamento bicameral da França convocaram, nesta terça-feira (7), uma “grande marcha” para o próximo domingo (12) contra o antissemitismo. A presidente da Assembleia Nacional (Câmara), Yaël Braun-Pivet, e seu par do Senado, Gérard Larcher, urgiram “enviar uma mensagem clara de que a França não aceita o antissemitismo […] nem vai se resignar nunca a um destino de ódios”.
Na Áustria houve um aumento de 300% de atos antissemitas em relação ao mesmo período do ano passado. “Há estudantes judeus assediados e responsabilizados pelo conflito no Médio Oriente, são vítimas de bullying com um fundo antissemita. Ocorreram atos de vandalismo contra locais judaicos e casos em que a bandeira israelense foi deliberadamente rasgada. É claro que isso tem um efeito simbólico, mas magoa e preocupa a comunidade judaica”, disse Benjamin Nägele, Secretário-Geral da Comunidade Judaica de Viena.