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ANTISSEMITISMO NO
BRASIL E NO MUNDO

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Não existe ‘mas’ nem vírgulas para justificar o antissemitismo

Artigo de Becky S. Korich – advogada, escritora e dramaturga – na Folha de S.Paulo lembra a declaração de Eisenhower ao visitar os campos de concentração nazistas e faz um paralelo com as falsas versões do Hamas sobre o conflito com Israel.

“Anote tudo agora, consiga os filmes, consiga as testemunhas, porque em algum lugar no caminho da história algum bastardo vai se levantar e dizer que isso nunca aconteceu”, disse Dwight D. Eisenhower ao testemunhar os horrores dos campos de concentrações nazistas logo após a Segunda Guerra Mundial.

Eisenhower foi visionário, mas não imaginou que o mundo retrocederia tanto. As atrocidades do massacre de 7 de outubro em Israel foram filmadas e divulgadas (e celebradas) pelos próprios agentes do terror. Eis que surge um novo pulha, membro do grupo terrorista Hamas que, sem gaguejar nem se ruborizar, declara: “Nunca (a operação militar) foi direcionada aos civis. Não tínhamos a intenção nem a decisão de alvejar ou ferir qualquer civil”. E para arrematar, completou: “Israel não tem provas de que o Hamas matou bebês, crianças e mulheres”.

Se existe alguém que minta com tanto descaramento, é porque existe quem acredite com o mesmo descaramento —na pior das intenções. São pessoas que acreditam no que escolhem acreditar, nas mentiras que elegem para racionalizar os seus preconceitos.

“A memória humana é um instrumento maravilhoso, mas falaz”, escreveu Primo Levi. Agora mais do que nunca, a memória falaz e enganadora se prova.

Quando a destruição de um Estado e de um povo vira um objetivo; quando a morte do outro vira um propósito de vida; quando mulheres são vítimas de violências de todos os graus; quando se normaliza abusos à mulheres; quando um país que mata e mutila mulheres que se negam a usar o hijab, que proíbe homossexuais a ser o que são, é nomeado para presidir o Fórum de Direitos Humanos da ONU; quando sequestrar, matar, decapitar, torturar e mutilar mulheres e crianças significa “lutar por direitos”, o que podemos esperar da humanidade?” Leia a seguir a íntegra do artigo:

“Anote tudo agora, consiga os filmes, consiga as testemunhas, porque em algum lugar no caminho da história algum bastardo vai se levantar e dizer que isso nunca aconteceu”, disse Dwight D. Eisenhower ao testemunhar os horrores dos campos de concentrações nazistas logo após a Segunda Guerra Mundial.

Eisenhower foi visionário, mas não imaginou que o mundo retrocederia tanto. As atrocidades do massacre de 7 de outubro em Israel foram filmadas e divulgadas (e celebradas) pelos próprios agentes do terror. Eis que surge um novo pulha, membro do grupo terrorista Hamas que, sem gaguejar nem se ruborizar, declara: “Nunca (a operação militar) foi direcionada aos civis. Não tínhamos a intenção nem a decisão de alvejar ou ferir qualquer civil”. E para arrematar, completou: “Israel não tem provas de que o Hamas matou bebês, crianças e mulheres”.

Se existe alguém que minta com tanto descaramento, é porque existe quem acredite com o mesmo descaramento —na pior das intenções. São pessoas que acreditam no que escolhem acreditar, nas mentiras que elegem para racionalizar os seus preconceitos.

Enquanto líderes bilionários do Hamas levam uma vida de luxo no Qatar, anestesiados à dor de seu próprio povo, a população de Gaza vive na miséria. Em 16 anos de controle sobre Gaza, o Hamas não construiu nenhum abrigo antiaéreo para proteger seus cidadãos, mas construiu de 500 Km de túneis, para proteger seus armamentos. Um vídeo veiculado recentemente pela Orient TV, mostra um palestino gritando de sua janela: “Nós não temos emprego! Tire o Hamas daqui. América? Alguém? Nós não temos dinheiro, pagamos todo o nosso dinheiro para o Hamas. Não temos comida. Alguém!? Não temos comida. Alguém!? Não comemos frango há semanas. Tire o Hamas de nós!”.

Outro vídeo mostra uma mulher palestina, enquanto sofria pela perda de inocentes em Gaza, lamentando: “Tudo isto por causa dos cães do Hamas”. Logo sua boca foi coberta por uma mão e sua voz foi calada.

Esses apelos, que deveriam atingir os ouvidos e o coração de toda a humanidade, têm voz curta, porque as pessoas estão mais preocupadas em sair à rua e levantar bandeiras, arrancar dos postes cartazes com imagens de civis sequestrados pelo Hamas e repetir o que ouvem nas suas câmaras de eco. Estão ocupadas em fomentar os seus ódios enrustidos, que são mais fortes do que qualquer compaixão a quem quer que seja.

O Hamas se deleita com a violência que infligiu a pessoas inocentes e usa o sofrimento do povo palestino em favor de seus próprios interesses. A origem da sua brutalidade é antiga, teve anos e anos de prática –em casa. Durante anos, perseguiu ativistas contrários às suas práticas, reprimiu violentamente as tentativas dos meios de comunicação locais, calou jornalistas, torturou e matou membros da comunidade LGBTQIA+, prendeu mulheres por “ofensas morais”. Sua última preocupação: os direitos humanos.

No entanto, é de se espantar que supostos “progressistas”, vestindo camisetas e hasteando bandeiras do Hamas, bradam por uma “Palestina Livre”, como aconteceu sábado (4) na av. Paulista, participando de movimentos identitários que, na verdade, mais se aproximam às ideias da extrema direita. Sinal de que o Hamas usa habilmente o papel da vítima. Sinal de que qualquer pretexto serve para inverter a ordem moral e abrir as porteiras dos preconceitos em nome de uma “causa legítima”. Sinal de que ainda restam resquícios da época sombria do nazismo.

“A memória humana é um instrumento maravilhoso, mas falaz”, escreveu Primo Levi. Agora mais do que nunca, a memória falaz e enganadora se prova.

Quando a destruição de um Estado e de um povo vira um objetivo; quando a morte do outro vira um propósito de vida; quando mulheres são vítimas de violências de todos os graus; quando se normaliza abusos à mulheres; quando um país que mata e mutila mulheres que se negam a usar o hijab, que proíbe homossexuais a ser o que são, é nomeado para presidir o Fórum de Direitos Humanos da ONU; quando sequestrar, matar, decapitar, torturar e mutilar mulheres e crianças significa “lutar por direitos”, o que podemos esperar da humanidade?

Em 24 horas, #HitlerWasRight foi postado mais de 20 mil. Não existe um “mas”, nem vírgulas para justificar preconceitos.

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